O componente, o pasto!
Manejar capim nada mais é que condicionar a estrutura do mesmo da forma como desejamos. Este condicionamento tem que visar perenidade e maior acúmulo de massa de forragem (FOLHA), o que possibilitará trabalharmos com mais animais por unidade de área ganhando peso de forma satisfatória (figura 1).
Figura 1. Objetivos do manejo do pastejo.
Para tanto, vamos iniciar entendendo como o pasto funciona, ou seja, como ele se comporta em três situações distintas: superpastejado (fase magra), bem pastejado (fase em forma) e subpastejado (fase gorda). A figura 2 demonstra a velocidade da rebrota nas diferentes fases.
Figura 2. Objetivos do manejo do pastejo.
Notamos que na fase “magra”, de pasto superpastejado, a velocidade da rebrota é baixa. Isto ocorre devido à pouca quantidade de folhas para interceptar a luz solar e realizar a fotossíntese, juntamente com a pouca quantidade de raízes para explorar o solo em busca de água e minerais. Portanto, a planta “come” pouco. Uma vez que “come” pouco, cresce devagar.
Outro efeito negativo da pouca área foliar e quantidade de raízes é o espaço aberto para que invasoras se desenvolvam, acelerando a degradação da pastagem e dificultando ainda mais o acesso do capim aos nutrientes, água e luz.
Em contrapartida, na fase “gorda”, pasto subpastejado, o que causa redução na velocidade da rebrota são os excessos. O excesso de folhas na porção aérea da planta resulta em elevação na produção de colmos e material morto (gráfico 1), bem como no acamamento e excesso de sementeira (figura 3).
Gráfico 1. Dinâmica da rebrota do capim Mombaça. Adaptado de Carnevalli, 2003.
Figura 3. Capim Piatã na fase “gorda” em março de 2015. Sementeado e acamado.
Devido ao auto sombreamento a planta alonga sua haste para soltar folhas na parte mais alta do dossel forrageiro. Ao mesmo tempo as folhas baixas deixam de receber luz, realizando pouca fotossíntese, levando a senescência e morte desses tecidos.
O aparecimento de folhas novas não consegue compensar a quantidade de folhas mais velhas (baixas) que estão morrendo, resultando em redução na disponibilidade de folhas verdes. Portanto, temos menos folhas verdes, mais hastes e mais material morto, isto é, dieta de pior qualidade para os animais.
Outro fator que prejudica a velocidade da rebrota é o gasto energético. A planta subpastejada tem excesso de raízes e parte aérea, o que demanda um gasto energético muito grande apenas para a planta se manter viva sobrando, portanto, menos energia para a produção de novos tecidos.
A fase “em forma” deve ser o alvo do manejo do pasto (figura 4), pois nela tem-se boa quantidade de raízes para buscar água e nutrientes, bem como quantidade adequada de folhas para realizar fotossíntese. Nesta fase o aparecimento de novas folhas é normal, uma vez que não há necessidade de alçá-las tão alto. Não há, também, senescência e morte acelerada de tecidos.
Portanto, teremos grande acúmulo do que mais interessa para o desempenho animal: folha! O acúmulo mais acelerado propiciará maior potencial de taxa de lotação nas pastagens juntamente com melhor ganho de peso.
Pastos em forma, permite o maior perfilhamento e, consequentemente, garante a perenidade do pasto. Com isso, pastos em forma, são mais vigorosos e produtivos evitando o aparecimento de solos descobertos e competindo e evitando o aparecimento de plantas daninhas. Perenidade dos pastos e ausência de plantas daninhas reduzem drasticamente os custos no sistema produtivo em reformas constantes de pastos e gastos excessivos com herbicidas além da maior produtividade animal.
Figura 4. Meta do manejo de pastagens.
A figura 5 contém a fase em forma para as principais forrageiras utilizadas em sistema de pastejo no Brasil.
Figura 5. Fase “em forma” para diferentes forrageiras.
Msc. Edmar Pauliqui Peluso
Mestre em produção animal com ênfase em pastagens e forragicultura - UEM
Sócio diretor Gerente de pasto
cel: 44 9 9911 0915 (Tim)
Dr. Bruno Shigueo Iwamoto
Doutor em produção animal com ênfase em pastagens e forragicultura - UEM
Sócio diretor Gerente de pasto
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Msc. Josmar Almeida Jr.
Mestre em produção animal com ênfase em pastagens e forragicultura - UEM
Sócio diretor Gerente de pasto
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